Me gustas cuando callas porque estás como ausente

quarta-feira, 30 de junho de 2010

"Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto."

Pablo Neruda

Escolhas

terça-feira, 22 de junho de 2010

Ah! Como eu queria uma vida perfeita
Sem nada para atrapalhar
Eu até acreditei nisso antes
Só que hoje pude constatar
Mentira! Isso não existe...

Quando a gente põe os pés nas nuvens
Um anjo caído puxa a gente pro lugar
Lugar este que me faz acreditar
Que eu não posso lutar
Contra quem não quer me escutar

Tendo isto tudo acertado
Acreditado, validado e creditado
Nosso destino pode estar traçado
E eu espero que não seja descartado
Tudo aquilo combinado

Se eu sou tudo aquilo de importante
Inconstante nada sou
Te dei o que você quis
Não tendo forças para lutar
Vou esperar e acreditar que eu sou

Tamyris Torres

uma de Neruda...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."

Pablo Neruda

O bêbado e a desafinada

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Magoar-se-á um ser
Um par
Magoamos
A quem gostamos

Não há jeito
Nem preceito
Infeliz dos homens
Sem este direito!

Uma rua
Uma lua
Lua, luar
Esquece! Deixa pra lá...

Como se canta?
Eu sei compor
Toca para mim?
Oh, meu amor... Quem?

Não eras forte?
Mesmo bêbado?
A desafinada desequilibrou-te?
Quanto respeito!

Corda bamba
Corta o peito
Corda bamba
Corta o peito

Tu não mereces
E eu? Mereço?
Desafinar quando te vejo...
Nisso ninguém não pode dar um jeito!

Mais que mistério
Que desatino
Mesmo enrustido
O seu destino

Despi-me
Despimo-nos
Não diga ruim
Diga o que foi bom

Não cobres
Não te cobres
Não desatines
Não fique bêbado

A desafinada
Sempre espalha, falha
Entende a dor
Mas não pode cantar erudito

Tamyris Torres

Poema do dente: dentes e sorrisos marotos

terça-feira, 1 de junho de 2010

Poema do dente siso Ou ciso
Tanto faz
Não é fácil demais?

Costumo morrer de rir
Hoje não
Meu ciso ou siso está
Inchadão

Morrer
Doer
Para quê
Viver?

Estou aqui
Até compondo
Algo morno
Feio e bisonho

O poema do dente

Quem me conhece sabe o quanto é difícil rimar. E nem ficou tão bom assim...

Para Surama,
momento cinco anos contra ataca!

Tamyris Torres