Explicitações

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O que mais precisa saber
Se quando quis eu explicitei
Despi-me diante das minhas palavras
O que falta mais?

Causei confusão, frustração
Entre mim e você: uma parede
Que nos deixava a metros de distância 
Foi abaixo depois das minhas palavras

Qualquer outra coisa que me perguntares
Agora eu acharei fácil em demasia
A minha insegurança era mostrar-me
Mas agora que já sabe o que se passa em mim

Diante disso todos os meus outros segredos
Ficaram pequeninos e ingênuos
E por assim dizer, num grande momento
Além de tudo, agora é meu confidente

Meu coração se enche de alegria
Mas não segue pelas dores do passado
Deus existe, muito justo
Me fazer passar por isso e por outro tudo

Se eu pudesse escolher livremente
Sumiria se tivesse grandes poderes
Mas o que me resta são grandes responsabilidades
E outros tantos deveres

Estrela dançarina...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

 Teclas, teclas e o som das teclas pairam em meus ouvidos e mente dissonante.

   Hoje quero falar pouco e ter muito a dizer. Se não me escuta, então para quê viver?

  De boa, achei que tudo seria normal esta semana. Rotina de sempre, fatos questionáveis, realidades idealizadas e o tal convívio social absoluto e movimentado que por aí dizem que teu tenho. Na verdade, eu tento.


   Dias que passam numa forma de nuvem cinzenta e bela. Porque as pessoas têm mania de achar que só por ser cinza é algo triste? Não, não. Já li Nietzsche e sei que é preciso ter o caos dentro de si para dar luz à uma estrela dançarina. Posso até me empenhar em dizer que ela está nascendo, aos poucos, mas reluzindo em meu bem estar. Não depende de nada e de ninguém para eu ter meus princípios de bem estar. Se fosse quantificar, tenho neste momento a quarta ponta da estrela e por faltar uma somente, quero correr em busca. Ir em frente sem pestanejar como dizem os mais velhos!

   Eu sei, eu sei que muitos de vocês vão achar esse meu texto desorientado e estranho, porém os que me conhecem um tanto quanto saberá que tenho em mim algo a ser realizado. Algo por muito tempo idealizado.

   É como diz a poesia por mim mesma criada: Quem não sonha, não idealiza e nem realiza!

   Vá em frente dos seus planos, eu digo... Corra atrás, eu me conformo.

   Sei lá.

   Neste misto de descontrole hormonal, falta de concentração, idealismos, sonhos e estudos eu tento levar a minha vida do meu jeitinho torto e às vezes grosseiro. É como dizem por aí: - Você às vezes é fria e calculista.

   E é aí que eu me pergunto:

- Nossa! Eu? Eu não sou nem parte disso. Eu sou sentimento, prazer, emoção a cada esquina. Eu sou o sol, a lua, o calor e o frio. Eu sou sentimental ao extremo. De fria mesmo, só a pizza na geladeira que eu ponho no prato. Adoro mergulhá-la no café com leite quentinho que a minha tia faz. Sei lá. Aprendi até que batata-frita no milk shake é gostoso. Porque não tentar de meio torto fazer as coisas que você acha certo então?
  Se alguém te julga sem ver o seu miolo. É porque provavelmente não cismou de olhar mesmo para dentro e ver quais as necessidades que te levaram para fazer determinada coisa. 

  Se queres saber um pouco mais de mim, procure em Legião Urbana, Nirvana, Los Hermanos e Incubus. Me ache em Nietzsche, Shakespeare, Marx e Weber. Me veja em Os garotos perdidos, os Gunnies, The O.C e 24 horas. Eu sou um elevado show da vida. Uma metamorfose ambulante. Uma doida varrida que não sabe no que acreditar. Odeio religiões, avessa totalmente a qualquer dogma. Que se ferrem todos os que manipulados estão.

  A minha estrela dançarina está nascendo e não tente impedir. Porque eu mordo e assopro quando há de convir.

Kombis e consciência de avó

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A gente deveria ter mais consciência do que faz e deixar de criticar apenas por criticar.
   Hoje, estava eu no meu caminhar matinal rumo à universidade quando me deparei com uma cena digna de uma fotografia. Se pelo menos eu estivesse com a minha D-80... Me xinguei quando tinha em minhas mãos somente o meu celular de 3.2 megas que não serviria para muita coisa se eu quisesse ampliar, mas depois eu pensei que poderia pelo menos ter feito a foto para postar aqui no blog.

Fotografia é assim... Quando a gente perde a cena é como se a gente ficasse nu por alguns meses acreditando que perdeu a foto da vida!

    Momentos inconstantes deveriam ser assim... Nada de absurdo e tudo passível de mudanças...rs Como adoro o Seth Cohen nessas horas em que só eu mesma sou capaz de me entender. Mas o leitor não está aqui para tentar compreender meus momentos irônicos. Se é que me entende. Portanto, direi mesmo qual a cena que perdi durante esta manhã.
    Deparei-me com uma Kombi caindo aos pedaços, com os pneus carecas, toda suja, com o estofado todo rasgado e ainda pude constatar o cheiro de chiqueiro que saia de lá. Agora vocês estão se perguntando qual é a novidade nisso no Hell de Janeiro, certo? 
    Quem mora da Zona Oeste sabe muito bem do que estou falando. Aquelas famosas Kombis que não tem sequer o direito de existir nos carregam para lá e para cá nos mais diversos subúrbios onde pretendemos chegar...
    Mas esta Kombi de hoje tinha algo de incomum... Era um veículo que estava fazendo o saneamento básico de uma rua. É! Acreditem nisto que vos falo meus caros!

Imaginem só... É como a minha avó ainda me diz – ressalva para isto porque hoje em dia eu apoio e acredito piamente nos conselhos da minha avó, porque invariavelmente eu tenho provas que ela está correta em tudo o que ela fala – “Diga-me com quem tu andas que te direi que és” ou até mesmo aquela do porquinho: “Quem com porco se mistura farelo come”.

    Então tá bom... Acho que me fiz clara em relação a isto né?! Desta vez não pude ser irônica porque meu sentimento de radicalismo está se fazendo muito presente esta semana. E hoje só aumentou alguns %...
    
    Então a frase de hoje é a seguinte: Acredite sempre nos mais velhos. Eles guardam consigo o segredo do universo e da experiência que nem de longe acho que terei com 80 anos. Se é que eu viverei até lá.

Tão bela


Eu vejo um cara apaixonado por uma moça que faz alguma coisa que o desaponta. Enfim, a gente não escolhe quem ama... 

Ponto de Equilíbrio


Eu gostaria de falar pra você!   
Eu gostaria de falar de amor com você,
Mas acho que não ouviria o que eu tenho a dizer
Eu gostaria de falar de amor com você,
Mas acho que não ouviria o que eu tenho a dizer
Uma mulher tão bela andando assim nas sombras
Uma mulher tão bela vagando só por aí
A mercê das almas malvadas que querem te sugar
A mercê da negatividade que está querendo rondar
Eu gostaria de falar de Jah com você,
Mas acho que não ouviria o que eu tenho a dizer
Eu gostaria de falar de Jah com você,
Mas acho que não ouviria o que eu tenho a dizer
Uma mulher tão bela andando assim nas sombras
Uma mulher tão bela vagando só por aí
A mercê das almas malvadas que querem te sugar
A mercê da negatividade que está querendo rondar
Sai desse redemoinho do falso prazer
Girando de cabeça baixa a tendência é descer (é descer)
Sai desse redemoinho do falso prazer
Se não olhar para frente você vai se perder (é descer, é descer, é descer)
Uma mulher tão Bela (ahhh)
Tão bela (ahhh)
Tão bela (ahhh)
Tão bela (ahhh)





Izabelly

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Escutando Photograph de Nickelback me fez refletir em algumas coisas.

Ando refletindo muito ultimamente.

A primeira reflexão é que eu deveria escutar mais rock nacional, um amigo me diz isso frequentemente. Eu escuto, mas tem bandas que não podemos deixar de levar em consideração.

A segunda é que a tradução de Photograph, se tivesse sido feita ontem para mim, teria servido como uma luva para ilustrar os momentos que passei com a minha família.

Os valores mudaram não é?! Família hoje é meio colocada de lado. Eu tenho algumas famílias.

Ontem minha sobrinha fez um mês de nascida. É fato que todos da minha família de “sangue” se reunem e fazem festa para o novo membro, a Izabelly  - que nasceu em circunstâncias absolutamente desvairadas – Conto já.

Quando eu era criança costumava passar os finais de semana, feriados e festas nas casas que minha família tinha na Região dos Lagos, Maricá. Eram muitas crianças – primos, irmãos, amigos -  Era festa porque a gente se reunia e simplesmente não tinhamos hora para dormir. A casa era enorme, vários quartos e um quintal com muitas árvores. Me encondia com frequência perto do coqueiro...

Gostava muito de lá, mas agora eu percebo o motivo. Acho que era porque todo mundo estava junto, brincando junto. Mas, todo mundo cresce né?! Começa a namorar – principal causa das desculpas para as faltas posteriores – depois vem o trabalho, casamentos, filhos... Não voltei mais para aquela casa que hoje está à venda. Quer comprar?

Não que a minha família tenha perdido o contato, sempre fomos unidos. Mas ontem... Ontem sim eu senti meus 12 anos de volta. A Izabelly conseguiu isto. E se eu contar o que me trouxe de volta o gostinho da infância, alguns rirão de mim: adedonha... Ficamos horas brincando de adedonha: nome de país, estado, homem, mulher, animal. Cara! Como criança faz bem para as pessoas.

Deixa eu contar como a Izabelly foi parar lá em casa:

Minha irmã, Nysla, engravidou e só soube dias antes de dar à luz. Pois é. A barriga dela não cresceu e seu ciclo menstrual continou a vir. Engraçado né? Foi um caso raro, segundo médicos.

Pra mim, a Izabelly caiu do céu. Tenho duas em casa... Minha lindinha de 4 anos – irmã dela – está numa fase mimada, mas continua um doce.

A vida tem disso né?

Segue a tradução de Photograph, Nickelback:

Fotografia
Olhe para esta foto
Toda vez que eu olho, ela me faz rir
Como nossos olhos ficaram tão vermelhos?
E que diabos é aquilo na cabeça do Joey?

Este é o lugar onde eu cresci
Eu acho que o atual proprietário já consertou
Eu nunca soube que nós nunca ficamos sem
É difícil fugir do segundo andar

Este é o lugar onde eu estudei
Na maior parte do tempo eu tinha coisas melhores pra fazer
Fichas criminais dizem que eu invadi propriedade* duas vezes
Eu devo ter feito isso umas seis vezes

Eu me pergunto se é muito tarde
Devo voltar e tentar me formar?
A vida é melhor agora do que era antes
Se eu fosse eles, não me deixaria entrar

Oh oh oh
Oh Deus eu...

Toda lembrança de vigiar a porta de trás
Eu deixava o álbum de fotos espalhado no chão do meu quarto,
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Toda lembrança de sair pela porta da frente
Eu encontrei a foto do amigo que eu estava procurando
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Lembra-se do arcade velho?
Soprou cada dólar que havíamos feito
Os policiais odiavam que saíssemos
Eles disseram que alguém entrou e queimou

A gente costumava escutar o radio
E cantar com cada música que a gente sabia
Dissemos que um dia saberíamos como seria
Cantar pra alguem sem ser o volante

Kim é a primeira garota que eu beijei
Eu estava tão nervoso que quase perdi o momento
Ela teve dois filhos desde então
Eu não tenho a visto desde Deus sabe quando

Oh oh oh
Oh Deus eu...

Toda lembrança de vigiar a porta de trás
Eu deixava o álbum de fotos espalhado no chão do meu quarto
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Toda lembrança de sair pela porta da frente
Eu encontrei a foto do amigo que eu estava procurando
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Eu sinto falta daquela cidade
Eu não posso acreditar
Tão difícil de ficar
Muito difícil de partir

Eu sinto falta daquela cidade
Eu não posso acreditar nisso
Tão difícil de ficar
Muito difícil deixá-lo

Se eu pudesse reviver aqueles dias
Eu sei que a única coisa que nunca mudaria

Toda lembrança de sair pela porta da frente
Eu encontrei a foto do amigo que eu estava procurando
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Toda lembrança de sair pela porta da frente
Eu encontrei a foto do amigo que eu estava procurando
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Olhe para esta foto
Toda vez que eu olho, ela me faz rir
Toda vez que eu olho, ela me faz

Não sei dizer

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É engraçado e tenso o jeito das pessoas e o quanto elas mudam com as circunstâncias do tempo e de sucessões de acontecimentos que a vida te faz viver, enfim.

É inexplicável, mas vendo aquele filme - esqueci o nome - alguma coisa "(...) Benjamin Button" me senti na obrigação de não sofrer mais por coisas que já aconteceram ou que não tem mais jeito de ser de outra forma. Quantas pessoas passaram pela sua vida? E quantas delas realmente ficaram?

Não sei dizer, mas tem gente que você acha que se instalou de uma forma que parece que faz parte do seu corpo, como se fosse outro braço e num piscar de olhos, por malditas circunstâncias tudo se vai e você fica, você também muda, mas fica.

A gente não consegue saber totalmente o que o outro está pensando, seja quem ele(a) seja. Nós não conhecemos ninguém e ainda corremos o risco de não nos conhecermos totalmente. Hoje pela manhã, acordei sem paciência. Fui ao banho como se fosse a coisa mais difícil de se fazer, aliás, levantar da cama foi um sacrifício: um sacrifício psicológico. Todos os dias têm sido colocados à prova, pelo menos para mim.

O motorista do ônibus que eu pego diariamente também estava sem a menor paciência. Brigou com pessoas no trânsito, correu vagarosamente: eu quase cai, mas isso já é normal. Fiquei pensando no que estava acontecendo com ele. Se brigou com a mulher, perdeu um filho, não tem dinheiro para pagar as contas. Que seja! Alguma coisa estava o afligindo. Ao mesmo tempo em que ele corria, os tradicionais colegas de viagem incorporavam a viação e aglomeravam-se entre mim. Um senhor, que não sei se é pai ou avô, leva todos os dias um menino que tem um retardo mental para escola. Eu já ouvi uma infeliz perguntar a outra: - Por que que ele perde o tempo levando esse garoto pra escola? Ele é um retardado!

Espero que ela nunca tenha um filho nestas condições.

Uma evangélica fervorosa com fé em sei lá o que, acreditando que suas orações chegaria a alguém para quem ela estava orando.

Na descida, pelo caminho até ao meu trabalho, um senhor para a bicicleta dele na minha frente. Pede para eu olhar nos olhos dele e pergunta: - Por que você tem um diploma?

Eu não respondi porque meu raciocínio ainda estava processando esse encontro meio fora do comum e quando eu ia abrir a boca para responder, ele retrucou com a frase: - Para se aposentar. 


Eu ri. Outras pessoas me chamaram de maluca, pois estava dando corda a um bêbado lunático e saíram praguejando o senhor. Isso ficou na minha cabeça.

De repente se eu tivesse me atrasado mais um pouco na cama ou se tivesse não enrolado com a minha estafa psicológica talvez esse homem na bicicleta azul não tivesse cruzado o meu caminho hoje. Se eu não tivesse conhecido alguém por conta de um trabalho que fiz no final de semana, continuaria querendo conhecer. Se eu de repente, resolvesse desistir do jornalismo? Será que teria valido à pena ter conhecido todos da minha turma? Será que eu teria os conhecido se não tivesse uma queda com as palavras? Como seria a minha vida sem amigos queridos que hoje são alguns braços que eu tenho? Teria feito outros e não sentiria falta deles? Ou se o destino mesmo existe eu os teria conhecido em outras circunstâncias?

Não sei dizer. 

Dilma vez por todas Serra tudo, por favor

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

“Prefiro o barulho da mídia do que o silêncio da Ditadura” Dilma Rousseff.


Por Tamyris Torres



31 de outubro de 2010. Dilma Rousseff ganha a eleição para presidente da República brasileira. Momentos depois de ter visto e ouvido o discurso da candidata do PT fiquei imaginando como será daqui há alguns anos quando os meus filhos  me perguntarem sobre a então presidente Dilma. 



Que é fato é, e contra eles não existem argumentos. 



Eu queria saber explicar o quanto me sinto empolgada quando estamos em ano de eleição e também gostaria de me fazer entender quando eu digo que ainda preciso respirar mais o mundo da política porque o que faço é pouco, pouco mesmo do que deveria. 



O Partido dos Trabalhadores fez história. De primeiro, elegeu um operário que ficou anos e anos afinco tentando ganhar uma chance para mostrar a que veio e de segunda, elege uma mulher. Aliás, a primeira mulher presidente do Brasil. 



Quem é ou não PT, de esquerda ou simplesmente não gosta da Dilma, tem que dar o braço a torcer e pelo menos afirmar que a história do Brasil foi escrita e bem escrita independentemente de paridos, crenças ou valores políticos.  

O quão lindo são seus olhos

terça-feira, 6 de julho de 2010

Eu queria poemas para mim
Sei que você escrevia
Mas por algum motivo hoje não é assim
E o tempo passou

Devolve aquele poema para mim?
É só aquele que eu tenho
E foi devolvido por ímpeto, dor
O que falta para você perceber que o tempo chegou?

Entre tantas imperfeições entre nós dois
De alguma forma você se prendeu a mim
E nem sempre foi assim
Nem quero lembrar

O quão lindo são seus olhos sobre mim
Temperamentais, afáveis e atualmente pacientes
O quão lindo são seus olhos hoje e ontem
Não quero que esse momento apague como luz

Eu quero o brilho dos teus olhos sobre nós
Sós, sem a menor noção de tempo
Atraídos pelo momento
Ser o próprio momento

Quão lindo são seus olhos...

Tamyris Torres

Invariável

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Se eu fosse votar
Acertaria em dizer que você ainda vê
Os textos, as fotos
E tudo que não pode esquecer

Se eu fosse dizer
Para os quatro cantos e não obstante
Encontraria seu olhar
Seja em qualquer lugar

Se eu fosse pensar
Diria que nada te fará esquecer
Não adiantaria os codinomes
Beija-flor, girassóis e borboletas

Se eu fosse ler
E eu leio
Sei que sairia das lembranças
Quando deixasse de escrever

Se eu fosse esquecer
Estaria morta e enterrada
Coração necrosado
E por sua vez, estaria pasmo

Se eu fosse entender
Saberia que o coração não tem razão nas coisas que faz
E nada mais
Seria tão importante que viver

Tamyris Torres

Me gustas cuando callas porque estás como ausente

quarta-feira, 30 de junho de 2010

"Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto."

Pablo Neruda

Escolhas

terça-feira, 22 de junho de 2010

Ah! Como eu queria uma vida perfeita
Sem nada para atrapalhar
Eu até acreditei nisso antes
Só que hoje pude constatar
Mentira! Isso não existe...

Quando a gente põe os pés nas nuvens
Um anjo caído puxa a gente pro lugar
Lugar este que me faz acreditar
Que eu não posso lutar
Contra quem não quer me escutar

Tendo isto tudo acertado
Acreditado, validado e creditado
Nosso destino pode estar traçado
E eu espero que não seja descartado
Tudo aquilo combinado

Se eu sou tudo aquilo de importante
Inconstante nada sou
Te dei o que você quis
Não tendo forças para lutar
Vou esperar e acreditar que eu sou

Tamyris Torres

uma de Neruda...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."

Pablo Neruda

O bêbado e a desafinada

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Magoar-se-á um ser
Um par
Magoamos
A quem gostamos

Não há jeito
Nem preceito
Infeliz dos homens
Sem este direito!

Uma rua
Uma lua
Lua, luar
Esquece! Deixa pra lá...

Como se canta?
Eu sei compor
Toca para mim?
Oh, meu amor... Quem?

Não eras forte?
Mesmo bêbado?
A desafinada desequilibrou-te?
Quanto respeito!

Corda bamba
Corta o peito
Corda bamba
Corta o peito

Tu não mereces
E eu? Mereço?
Desafinar quando te vejo...
Nisso ninguém não pode dar um jeito!

Mais que mistério
Que desatino
Mesmo enrustido
O seu destino

Despi-me
Despimo-nos
Não diga ruim
Diga o que foi bom

Não cobres
Não te cobres
Não desatines
Não fique bêbado

A desafinada
Sempre espalha, falha
Entende a dor
Mas não pode cantar erudito

Tamyris Torres

Poema do dente: dentes e sorrisos marotos

terça-feira, 1 de junho de 2010

Poema do dente siso Ou ciso
Tanto faz
Não é fácil demais?

Costumo morrer de rir
Hoje não
Meu ciso ou siso está
Inchadão

Morrer
Doer
Para quê
Viver?

Estou aqui
Até compondo
Algo morno
Feio e bisonho

O poema do dente

Quem me conhece sabe o quanto é difícil rimar. E nem ficou tão bom assim...

Para Surama,
momento cinco anos contra ataca!

Tamyris Torres

Ao redor

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Abra os olhos por hoje
Perceba que tudo ao redor
Deveria estar como de costume
A dor é de praxe

E a relevância dela me faz confiante
Já dizia a frase
O que não me mata me fortalece
Não posso ser quem você procura

Tarde escura
E na escuridão vou seguindo
Tive um destino
E não vou retroceder

Eu amo
Eu quero
Eu posso
Ser uma metamorfose como Seixas

Eu vou
Eu faço
Eu sinto
Como os poetas que dá o Tom

Eu devo
Eu preciso
Eu creio
Como os visionários de Nietzsche

Amadurecer é só um problema
Das almas ansiosas
Que prezam as respostas
E se abalam com o amor

Quem segue a cabeça
Esquece do coração
Mas quem com coração pensa
Não segue a razão

Fazer o que se deseja
Não é abominável
Abjurado está quem não deseja
Viver é para poucos

Enquanto uns continuam as suas vidinhas
Eu recuso a mediocridade
E menosprezo a insatisfação
Corra e lute pelo o que deseja

Ou então
Fadado ao fracasso estará
O seu coração
E a sua razão

Tamyris Torres

A tua realidade

Ah! Que chato seria ter o seu olhar
Numa realidade outra a afastar
O teu cheiro e a tua boca entrelaçar
As minhas mãos não podem te acariciar

Quem dera eu ser tudo isso
Quem dera que você visse o que preciso
Não é você a minha estrada, nem meu compromisso
O que faço é pouco e consideras desperdício

Aquelas pétalas jogadas pelo chão
Quando você veio e me deu a mão
Eu quis chorar e disse não
Não sei pedir pelo seu perdão

Eu já estou desconfiada que amar é nada
Em meio ao caos de nossas vidas sonhadas
Você escolheu essa desvairada
Pensamento inútil, uma burrada

Sinto o cheiro de morte aqui
E não sei por onde seguir
Eu espero o dia em que sairei daqui
E prometo ver você partir

Não me culpes pelo o que sou
Eu te dei provas de onde eu vou
Foi você quem sonhou
Com alguém que eu não sou

Tamyris Torres

Re-(...)

Entregue de volta
Eu me dei à você
Cega, o desejo me fez crer
O que eu sinto é pra valer

Dias melhores me foi prometido
Espero não teres esquecido
Quer me reconquistar
Estou pronta para esperar

Teremos uma vida toda
O espaço e a matéria
Não deixe de reconquistar
O tempo perdido não costuma voltar

Eu terei a vida toda
Nunca deixe de tentar
Momentos importantes, felizes
Não vão faltar, se reconquistar

Tamyris Torres

Da feira

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Blog novo...

E eu que achava que não ia dar conta de um só. Agora estou com dois. Depois de um tempo você percebe que muitas coisas as quais você escreve em blog faz parte da vida de outras pessoas também.

Eu fico feliz com leitores que sempre me acompanham. Estão sempre postando seus comentários no www.meupontodepartida.blogspot.com e gostaria que também passassem a ler o Encontro na Feira, que surgiu preferencialmente para desafogar o Meu Ponto de tantos poemas que tenho escrito por lá. Inicialmente o meu primeiro blog era para textos fictícios os quais escrevo com muita frequência nos meus cadernos e depois descarrego alguns no blog.

Eu espero, verdadeiramente, que gostem e que participem.


A minha hora é essa!

Da feira

Encontro-te na feira
Dizemos besteiras, bobeiras
Dias cruéis que por estranheza
Vira tristeza

O que posso fazer se nada é por acaso
O que diria se nada fosse acontecido
Num primeiro momento
Um sopro, um suspiro

Tudo é preciso quando existe a falta
Falta de tudo, de ser a resposta
Tudo é preciso quando existe a mentira
Uma vida digna, de ser a pergunta

Ainda estamos vivos
E sabemos cantar
Chama o tal pássaro
Que sabe assobiar

Um velho mestre me atenta para as cicatrizes
No meu peito estará
Não tenho vergonha de acariciar
Um dia ela fechará

E quando fechar
Eu passo na feira
Olho a nossa praça
E vivo a vida inteira

Tamyris Torres