Izabelly

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Escutando Photograph de Nickelback me fez refletir em algumas coisas.

Ando refletindo muito ultimamente.

A primeira reflexão é que eu deveria escutar mais rock nacional, um amigo me diz isso frequentemente. Eu escuto, mas tem bandas que não podemos deixar de levar em consideração.

A segunda é que a tradução de Photograph, se tivesse sido feita ontem para mim, teria servido como uma luva para ilustrar os momentos que passei com a minha família.

Os valores mudaram não é?! Família hoje é meio colocada de lado. Eu tenho algumas famílias.

Ontem minha sobrinha fez um mês de nascida. É fato que todos da minha família de “sangue” se reunem e fazem festa para o novo membro, a Izabelly  - que nasceu em circunstâncias absolutamente desvairadas – Conto já.

Quando eu era criança costumava passar os finais de semana, feriados e festas nas casas que minha família tinha na Região dos Lagos, Maricá. Eram muitas crianças – primos, irmãos, amigos -  Era festa porque a gente se reunia e simplesmente não tinhamos hora para dormir. A casa era enorme, vários quartos e um quintal com muitas árvores. Me encondia com frequência perto do coqueiro...

Gostava muito de lá, mas agora eu percebo o motivo. Acho que era porque todo mundo estava junto, brincando junto. Mas, todo mundo cresce né?! Começa a namorar – principal causa das desculpas para as faltas posteriores – depois vem o trabalho, casamentos, filhos... Não voltei mais para aquela casa que hoje está à venda. Quer comprar?

Não que a minha família tenha perdido o contato, sempre fomos unidos. Mas ontem... Ontem sim eu senti meus 12 anos de volta. A Izabelly conseguiu isto. E se eu contar o que me trouxe de volta o gostinho da infância, alguns rirão de mim: adedonha... Ficamos horas brincando de adedonha: nome de país, estado, homem, mulher, animal. Cara! Como criança faz bem para as pessoas.

Deixa eu contar como a Izabelly foi parar lá em casa:

Minha irmã, Nysla, engravidou e só soube dias antes de dar à luz. Pois é. A barriga dela não cresceu e seu ciclo menstrual continou a vir. Engraçado né? Foi um caso raro, segundo médicos.

Pra mim, a Izabelly caiu do céu. Tenho duas em casa... Minha lindinha de 4 anos – irmã dela – está numa fase mimada, mas continua um doce.

A vida tem disso né?

Segue a tradução de Photograph, Nickelback:

Fotografia
Olhe para esta foto
Toda vez que eu olho, ela me faz rir
Como nossos olhos ficaram tão vermelhos?
E que diabos é aquilo na cabeça do Joey?

Este é o lugar onde eu cresci
Eu acho que o atual proprietário já consertou
Eu nunca soube que nós nunca ficamos sem
É difícil fugir do segundo andar

Este é o lugar onde eu estudei
Na maior parte do tempo eu tinha coisas melhores pra fazer
Fichas criminais dizem que eu invadi propriedade* duas vezes
Eu devo ter feito isso umas seis vezes

Eu me pergunto se é muito tarde
Devo voltar e tentar me formar?
A vida é melhor agora do que era antes
Se eu fosse eles, não me deixaria entrar

Oh oh oh
Oh Deus eu...

Toda lembrança de vigiar a porta de trás
Eu deixava o álbum de fotos espalhado no chão do meu quarto,
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Toda lembrança de sair pela porta da frente
Eu encontrei a foto do amigo que eu estava procurando
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Lembra-se do arcade velho?
Soprou cada dólar que havíamos feito
Os policiais odiavam que saíssemos
Eles disseram que alguém entrou e queimou

A gente costumava escutar o radio
E cantar com cada música que a gente sabia
Dissemos que um dia saberíamos como seria
Cantar pra alguem sem ser o volante

Kim é a primeira garota que eu beijei
Eu estava tão nervoso que quase perdi o momento
Ela teve dois filhos desde então
Eu não tenho a visto desde Deus sabe quando

Oh oh oh
Oh Deus eu...

Toda lembrança de vigiar a porta de trás
Eu deixava o álbum de fotos espalhado no chão do meu quarto
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Toda lembrança de sair pela porta da frente
Eu encontrei a foto do amigo que eu estava procurando
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Eu sinto falta daquela cidade
Eu não posso acreditar
Tão difícil de ficar
Muito difícil de partir

Eu sinto falta daquela cidade
Eu não posso acreditar nisso
Tão difícil de ficar
Muito difícil deixá-lo

Se eu pudesse reviver aqueles dias
Eu sei que a única coisa que nunca mudaria

Toda lembrança de sair pela porta da frente
Eu encontrei a foto do amigo que eu estava procurando
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Toda lembrança de sair pela porta da frente
Eu encontrei a foto do amigo que eu estava procurando
É difícil de dizer, é hora de dizer
Adeus, Adeus

Olhe para esta foto
Toda vez que eu olho, ela me faz rir
Toda vez que eu olho, ela me faz

Não sei dizer

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É engraçado e tenso o jeito das pessoas e o quanto elas mudam com as circunstâncias do tempo e de sucessões de acontecimentos que a vida te faz viver, enfim.

É inexplicável, mas vendo aquele filme - esqueci o nome - alguma coisa "(...) Benjamin Button" me senti na obrigação de não sofrer mais por coisas que já aconteceram ou que não tem mais jeito de ser de outra forma. Quantas pessoas passaram pela sua vida? E quantas delas realmente ficaram?

Não sei dizer, mas tem gente que você acha que se instalou de uma forma que parece que faz parte do seu corpo, como se fosse outro braço e num piscar de olhos, por malditas circunstâncias tudo se vai e você fica, você também muda, mas fica.

A gente não consegue saber totalmente o que o outro está pensando, seja quem ele(a) seja. Nós não conhecemos ninguém e ainda corremos o risco de não nos conhecermos totalmente. Hoje pela manhã, acordei sem paciência. Fui ao banho como se fosse a coisa mais difícil de se fazer, aliás, levantar da cama foi um sacrifício: um sacrifício psicológico. Todos os dias têm sido colocados à prova, pelo menos para mim.

O motorista do ônibus que eu pego diariamente também estava sem a menor paciência. Brigou com pessoas no trânsito, correu vagarosamente: eu quase cai, mas isso já é normal. Fiquei pensando no que estava acontecendo com ele. Se brigou com a mulher, perdeu um filho, não tem dinheiro para pagar as contas. Que seja! Alguma coisa estava o afligindo. Ao mesmo tempo em que ele corria, os tradicionais colegas de viagem incorporavam a viação e aglomeravam-se entre mim. Um senhor, que não sei se é pai ou avô, leva todos os dias um menino que tem um retardo mental para escola. Eu já ouvi uma infeliz perguntar a outra: - Por que que ele perde o tempo levando esse garoto pra escola? Ele é um retardado!

Espero que ela nunca tenha um filho nestas condições.

Uma evangélica fervorosa com fé em sei lá o que, acreditando que suas orações chegaria a alguém para quem ela estava orando.

Na descida, pelo caminho até ao meu trabalho, um senhor para a bicicleta dele na minha frente. Pede para eu olhar nos olhos dele e pergunta: - Por que você tem um diploma?

Eu não respondi porque meu raciocínio ainda estava processando esse encontro meio fora do comum e quando eu ia abrir a boca para responder, ele retrucou com a frase: - Para se aposentar. 


Eu ri. Outras pessoas me chamaram de maluca, pois estava dando corda a um bêbado lunático e saíram praguejando o senhor. Isso ficou na minha cabeça.

De repente se eu tivesse me atrasado mais um pouco na cama ou se tivesse não enrolado com a minha estafa psicológica talvez esse homem na bicicleta azul não tivesse cruzado o meu caminho hoje. Se eu não tivesse conhecido alguém por conta de um trabalho que fiz no final de semana, continuaria querendo conhecer. Se eu de repente, resolvesse desistir do jornalismo? Será que teria valido à pena ter conhecido todos da minha turma? Será que eu teria os conhecido se não tivesse uma queda com as palavras? Como seria a minha vida sem amigos queridos que hoje são alguns braços que eu tenho? Teria feito outros e não sentiria falta deles? Ou se o destino mesmo existe eu os teria conhecido em outras circunstâncias?

Não sei dizer. 

Dilma vez por todas Serra tudo, por favor

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

“Prefiro o barulho da mídia do que o silêncio da Ditadura” Dilma Rousseff.


Por Tamyris Torres



31 de outubro de 2010. Dilma Rousseff ganha a eleição para presidente da República brasileira. Momentos depois de ter visto e ouvido o discurso da candidata do PT fiquei imaginando como será daqui há alguns anos quando os meus filhos  me perguntarem sobre a então presidente Dilma. 



Que é fato é, e contra eles não existem argumentos. 



Eu queria saber explicar o quanto me sinto empolgada quando estamos em ano de eleição e também gostaria de me fazer entender quando eu digo que ainda preciso respirar mais o mundo da política porque o que faço é pouco, pouco mesmo do que deveria. 



O Partido dos Trabalhadores fez história. De primeiro, elegeu um operário que ficou anos e anos afinco tentando ganhar uma chance para mostrar a que veio e de segunda, elege uma mulher. Aliás, a primeira mulher presidente do Brasil. 



Quem é ou não PT, de esquerda ou simplesmente não gosta da Dilma, tem que dar o braço a torcer e pelo menos afirmar que a história do Brasil foi escrita e bem escrita independentemente de paridos, crenças ou valores políticos.